Sozinha numa terça-feira, me pego tapando os ouvidos em uma noite silenciosa. Os maiores ruídos, porém, estão dentro de mim. Talvez o meu problema seja, as vezes, te analisar como faço com os filmes. Te admiro e observo tanto que vejo importância demais nas coisas e cores a sua volta. Chego a me pegar pensando: "Por que ele está usando essa blusa vermelho hoje? Está mais apaixonado? Mas ele nem gosta dessa blusa!" ou então "Por que tá um cenário tão cinza e escurecido hoje? Será nosso fim!?" As vezes a paranoia toma conta de mim com uma proporção tão promissora que acaba me privando de viver muitos dos melhores momentos que me ocorrem ao teu lado. E eu acabo vivendo como uma mera espectadora. O lado bom é que assim consigo gravar em minha memória o seu sorriso, o som que você faz ao gargalhar, a carinha gostosa que faz quando quer alguma coisa, seu jeitinho mimado que é coisa mais fofa do mundo, a carinha de safado que você as vezes faz quando você olha para mim e, é claro, consigo gravar seu rostinho sereno enquanto dorme. Perece um anjo. Meu anjo. E ah, eu esqueço completamente do mundo quando vejo teu sorriso sustentado por essa barba por fazer. Esqueço até de mim quando o vejo sem ela.
Um dia haverá um filme que conte nossa história, mostrará o quanto é gostoso passar algumas horas deitada ao lado da pessoa que significa tudo em sua vida. As vezes não preciso de mais nada, só estar deitada contigo sentindo seu corpo quentinho, sentindo seu peito subir e descer de acordo com sua respiração. Será um filme gostoso de se assistir. E, no fim, quando os créditos estiverem aparecendo na tela o seu nome estará lá, acima do meu, porque é assim que eu te vejo, protagonista da minha história.
Ps²: Aqueles pesamentos sobre as cores só ocorrem quando eu consigo identifica-las. |: